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quarta-feira, outubro 04, 2006

Metamorfose da Poesia Crescente...

Quisera saber quem sou,
E assim poder andar a vida,
Com a certeza de quem conhece a si mesmo,
De quem sabe até onde vai seu próprio passo.

Mas sou muitos e não sou ninguém,
Conceitos divergentes misturados num caldeirão fervilhante,
Mistos de alegria, dor, experiências e devaneios,
Complexo como a vida, simples como a morte.

Quisera encher a mim mesmo de absolutos conhecimentos,
Daqueles que nos levam a bradar com força total,
Que nos fazem ver nas nossas próprias palavras,
A força que move o mundo e a nós mesmos.

Mas como buscar por absolutos,
Se dentro de nós mesmos nada é perfeitamente estático?
Como ter a força do imutável,
Se ao olhar para dentro, não vemos a nós mesmos, mas algum outro alguém?

Quisera não ser metamorfósico,
E assim olhar a vida de frente,
Como quem não sofre de suas reviravoltas,
Como quem não se abala pelo crescer do tempo.

Mas somos como um caderno aberto,
Nossa história se escreve a cada dia,
Como testemunha do que somos,
Assim somos nós mesmos, descritos no pergaminho de nossa história.

Quem dera ser completo,
Como as mais belas poesias o são,
Mas sou como pela metade, cheio de espaços em branco,
Como uma poesia que insiste em se dizer, inacabada... Inacabada... Inacabada...